Passo a passo

Brasil e exílio na vida de um intelectual que renovou o entendimento sobre a geografia brasileira

A obra de Milton Santos caminha para além da geografia entendida como território físico. O seu legado ampliou essa matéria para campos políticos, culturais, tecnológicos e éticos. ​​A Ocupação apresenta a sua vida, desde suas origens, o exílio, a volta ao país e o caminho percorrido até se tornar um intelectual público, preocupado com as questões sociais no Brasil e no mundo.

Em 115m2 do Piso Paulista do Itaú Cultural, a Ocupação Milton Santos acolhe uma vida inteira, dividida entre o Brasil e no exílio em cinco países. O processo de criação e estruturação do pensamento geográfico e social do homenageado nesta exposição foi sedimentado ao longo de 75 anos. Ela revela esse percurso e o seu pensamento e teorias sobre a geografia por meio de seus textos, processo criativo e publicações. A questão racial transpassa todos os temas, aparecendo em um painel biográfico, nas ilustrações sobre os seus conceitos e no legado.

Uma nova geografia e outro futuro

A obra de Milton Santos renova a geografia brasileira: diferentemente dos trabalhos que só descrevem os aspectos físicos do território, o geógrafo enfoca o espaço como um sistema de relações, que envolve de maneira dinâmica pessoas, objetos e percepções de mundo. Com isso, a tarefa geográfica ganha novos âmbitos de operação: lida com política, cultura, tecnologia, ética.

Fundada no rigor científico, essa perspectiva é construída ao longo de muitos livros, cuja escrita é intimamente ligada aos cursos, às conversas com os alunos e aos debates de que Milton participava. Essa obra ampla impactou a academia – talvez menos do que mereça – e influenciou ativistas e pensadores periféricos por todo o país.

Esse impacto está de acordo com o papel que o professor atribuía aos intelectuais: apontar um futuro melhor para toda a sociedade. E foi com sua pesquisa que ele apontou caminhos de transformação.

Como disse o geógrafo, “o mundo é formado não só por aquilo que existe, mas também pelo que pode vir a existir”. O futuro, assim, não está dado, mas é intencionalmente construído.

Ser negro no Brasil: cidadania mutilada

“Mas o que é que eu posso dizer? Porque eu não sou propriamente um especialista na questão negra, não tenho estudos sistemáticos sobre o problema da negritude no Brasil ou em qualquer outro lugar… Então, o que eu vou trazer é mais um depoimento de um negro, que viveu sempre cada vez mais sabendo o que é ser um negro.”
(Milton Santos, em As exclusões da globalização: pobres e negros, texto de 1998)

O que é ser um intelectual negro no Brasil? Diante dessa questão, Milton distinguia duas dificuldades paralelas: ser intelectual e ser negro. Por um lado, quis ele ser militante não de grupos, mas das ideias, interessado em construir conhecimento e trazer propostas. Por outro, vivenciava as condições a que é submetida a população negra. Seu status não mudava isso, como notou: “Tenho instrução superior, creio ser uma personalidade forte, mas não sou cidadão integral. O meu caso é como o de todos os negros deste país”.

Rigoroso, o geógrafo relutava em se posicionar sobre um tema em que não era especializado. Mesmo assim, engajou-se em atividades ligadas a essa temática e escreveu textos potentes sobre a negritude no Brasil. Neles, destaca-se o apelo a uma maior atenção a como o território – com sua história específica, os elementos que põe em jogo – forja o racismo. Dessa forma, Milton se tornou uma importante referência negra para estudantes, geógrafos, intelectuais e movimentos sociais.

De 19 de julho a 8 de outubro

Concepção e realização:
Itaú Cultural
Curadoria: equipe Itaú Cultural
Consultoria: Flávia Grimm e Manoel Lemes
Projeto expográfico: Francine Moura e Davi Brischi

Visitação: de terça-feira a sábado, das 11h às 20h;
domingos e feriados, das 11h às 19h.
Entrada gratuita
Para mais informações acesse o site: www.itaucultural.org.br


Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149 – próximo à estação Brigadeiro do metrô / Piso térreo
Terças-feiras a sábados, das 11h às 20h
Domingos e feriados, das 11h às 19h
Entrada: gratuita
Acesso para pessoas com deficiência física
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Informações: pelo telefone (11) 2168-1777
Whatsapp: (11) 96383-1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br

Arte na Rua
Mostra Territórios
Em sinergia com a Ocupação Milton Santos
Performances de dança todos os domingos de julho, sempre às 15h
Local: calçada do Itaú Cultural
Duração: 30 minutos
Capacidade: livre
Classificação Indicativa: livre
Gratuito

Dia 2
Funk, com Renata Prado
Dias 9 e 16
Hip-hop e original funk, com Nelson Triunfo
Dia 23

Breaking dance, com Pieigyh e Jeniffeer Camille
Live painting, com Bete Nóbrega
Dia 30

Funk, gumboot dance, dancehall, com Projeto Requebrando
Live painting, com Bete Nóbrega

Itaú Cultural Play
Encontro com Milton Santos: o mundo global visto do lado de cá
De Silvio Tendler (RJ, documentário, 90 min 2006)
De 19 de junho 2023 a 19 de janeiro de 2024
Classificação indicativa: 10 (Agressão física e linguagem chula)
Em www.itauculturalplay.com.br

Assessoria de imprensa:
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