Foto: Agência Ophélia
Itaú Cultural, 31 anos de apoio à arte e à cultura do Brasil
O Itaú Cultural é um dos principais braços institucionais do Itaú Unibanco. Fundada em 1987, a instituição é uma das mais longevas organizações com atuação no segmento no país. Nestes 31 anos, o instituto tem se dedicado à pesquisa, mapeamento, incentivo, produção e difusão de manifestações artístico-intelectuais nas mais diversas áreas de expressão, contribuindo para a valorização da cultura brasileira. A organização mantém, ainda, intensa programação gratuita, tanto em sua sede em São Paulo, quanto em equipamentos culturais parceiros em todo o país e por meio de transmissão online das iniciativas.
Desde 2017, o orçamento do instituto é composto exclusivamente por recursos diretos do Itaú Unibanco, sem a utilização de benefícios fiscais da Lei Rouanet. O aporte para as atividades do instituto naquele ano foi de R$ 93 milhões, igual ao orçamento de 2018.
Desde 2009, a instituição vinha reduzindo as verbas incentivadas em sua operação e projetos. Enquanto se valia da Lei Rouanet a organização utilizava o Artigo 26 desta lei que prevê contrapartida no sistema e permite a dedução de 40% do IR (e não 100%, como previsto no Artigo 18) até o limite de 4% do imposto devido pelo mantenedor.
A programação do Itaú Cultural passa por todas as áreas de expressão. O instituto realiza exposições, mostras de cinema, espetáculos de artes cênicas, atividades literárias, shows de música, programas educativos, cursos para professores, entre outras iniciativas, com foco no desenvolvimento da arte e da cultura brasileiras.
O instituto também investe cada vez mais em ferramentas ligadas à acessibilidade para os públicos cego e surdo, inseridas nos espaços expositivos e no seu site. Os espetáculos, palestras e debates presenciais e transmitidos pela internet também contam com interpretação em Libras (Língua Brasileira dos Sinais). Ainda, todas as exposições contam com mecanismos de inclusão, como audiodescrição, audiovisuais em Libras, piso e objetos táteis.
Diversidade e gênero
Grande parte das ações do Itaú Cultural é pautada pela questão de diversidade. A instituição, acompanha os debates da contemporaneidade, estimulando reflexões sobre os novos temas que permeiam a sociedade brasileira. Em sua programação realizam-se eventos focados nos temas da sexualidade, da afetividade e da identidade de gênero, bem como da negritude e indígenas, além de contar com comitês internos para discutir questões raciais e de acessibilidade. Também dá atenção especial aos recursos acessíveis em toda a sua programação – presencial e online –, oferece um curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras) para parte de seus colaboradores e prioriza a contratação de profissionais negros.
Alguns dos trabalhos inscritos no Programa Rumos também retratam essa busca, apoiando projetos relacionados ao tema de diversidade, como questões raciais, indígenas, de gênero e grupos periféricos. O Rumos é um dos maiores editais de financiamento de projetos culturais do país, realizado pelo Itaú Cultural desde 1997.
O Itaú Cultural também é grande produtor de conteúdo para o público não presencial. A maioria de suas atividades conta com desdobramentos virtuais. Por exemplo, a produção audiovisual do instituto, que conta com recursos de acessibilidade, alimenta suas plataformas digitais e é apresentada nos eventos presenciais que ocorrem em sua sede. O material está disponível no canal do Youtube.
Mais de 174,3 milhões de pessoas foram impactadas, presencial e virtualmente, em 31 anos de atividades. Desde que foi ao ar em 1997, o seu site soma mais de 163,8 milhões de acessos únicos.
Online
O instituto tem ampla presença nas redes sociais e plataformas online. A instituição produz e mantém a Enciclopédia Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. Grande compêndio de arte e cultura brasileira na web, contempla artes visuais, literatura, teatro, cinema, dança e música reunidas em 200 mil verbetes de artistas, instituições, grupos, exposições, espetáculos e obras de referência. Some-se 137 vídeos de depoimentos e entrevistas.
Em 2018, a Enciclopédia recebeu mais de 20 milhões de acessos únicos em seu endereço. Constantemente atualizados e ampliados, os registros são compostos por textos, imagens, mídias e eventos relacionados. Eles são alimentados por uma equipe multidisciplinar de consultores, pesquisadores, especialistas, redatores e revisores. Em fevereiro de 2017, quando o instituto completou 30 anos, a plataforma ganhou novo visual e funcionalidades para quem tem deficiência visual, cegos e surdos.
O instituto também conta com a Biblioteca do Itaú Cultural, que oferece ao público um amplo espaço dedicado à pesquisa e à divulgação da produção artística e cultural brasileira, e é responsável por um acervo especializado em artes visuais, música, teatro, dança, cinema e vídeo, design, arquitetura, crítica literária e política cultural.
A biblioteca dá especial atenção às demandas do meio artístico e acadêmico atendendo a pesquisadores, artistas e estudantes universitários de graduação e pós-graduação, com agendamento antecipado e consulta prévia ao catálogo em www.itaucultural.org.br/acervobiblioteca, que reúne 11,3 mil livros, 13,8 mil catálogos de arte, mil títulos de vídeo, 474 obras de referência (enciclopédias, dicionários e guias, entre outros), 60 títulos de periódicos sobre arte brasileira e políticas culturais.
O instituto também é um grande produtor de conteúdos proprietários. São cerca de 832 títulos publicados – entre vídeos, livros e enciclopédias. Este material é distribuído gratuitamente a bibliotecas, escolas públicas, instituições culturais, emissoras de rádio e TV, públicas e comunitárias, e pesquisadores em todo o Brasil. Até hoje, foram entregues a esses destinatários quase um milhão de produtos.
Formação acadêmica
Neste campo, por meio do Observatório Itaú Cultural, há 11 anos o instituto vem oferecendo o curso de Especialização em Gestão de Políticas Culturais em parceria com a Cátedra Unesco Políticas Culturais e Cooperação da Universidade de Girona, Espanha, cujas aulas são ministradas em fases pela web e outras presenciais. Até agora, o curso recebeu mais de 12 mil inscrições dos mais diversos estados do país e atendeu quase 400 alunos. Somente no biênio 2017/2018, foram 468 inscritos em 41 vagas e 37 alunos formados, em São Paulo. No mesmo período, mas no Dragão do Mar, em Fortaleza, foram 344 inscritos para 41 vagas e 34 alunos formados.
Ainda no âmbito da gestão, foi criada a Semana de Gestão e Políticas Culturais, em que o instituto vai até as localidades. Desde a sua criação, em 2008, o curso de 40 horas beneficiou mais de três mil profissionais ligados às áreas culturais entre as 34 cidades por onde passou: São Luiz (MA), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), São Paulo (SP), Macapá (AP); Recife (PE), Bauru (SP), Ribeirão Preto (SP), Presidente Prudente (SP), Belo Horizonte (MG), Janaúba (MG), Feira de Santana (BA), Crato (CE), Canoas (RS), Foz do Iguaçu (PR), Belém (PA), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Teresina (PI) e Vitória (ES).
A proposta desse curso rápido é realizar uma formação de produtores e gestores culturais para que possam lidar melhor com as especificidades da gestão cultural, compreender as diversas demandas de sua região, e os desafios da atualidade. Ainda nesta área, em 2017 o instituto compôs a primeira turma do curso de especialização em gestão e políticas culturais EAD (Ensino a Distância). Participaram dessa primeira classe 250 alunos. Em 2018, houve um total de 5.126 inscrições, 180 alunos matriculados e 88 aprovados.
Em 2016 o Itaú Cultural criou a Cátedra Olavo Setubal, primeira na Universidade de São Paulo (USP) para discutir questões do universo das artes e da gestão cultural, além de temas científicos e sociais. Desenvolvida em parceria com o Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP), com duração mínima de cinco anos, a disciplina tem como primeiro titular o cientista político, filósofo, diplomata e primeiro titular da cátedra, Sérgio Paulo Rouanet. No ano seguinte, o titular da cátedra foi o arquiteto, designer gráfico e gestor cultural Ricardo Ohtake, para cerca de 300 alunos presenciais e mais de 500, via web. Em 2018, a cátedra passou para a educadora e ativista social Eliana Souza e Silva, fundadora da ONG Redes de Desenvolvimento da Maré. Entre presencial e online, a audiência naquele ano foi de 555 pessoas. A cátedra compõe o curso para alunos da USP, pesquisadores, artistas, produtores culturais, instituições culturais.
Auditório Ibirapuera
Em outra frente, desde agosto de 2011 o Itaú Cultural faz a gestão do Auditório Ibirapuera, uma das maiores casas de arte e cultura de São Paulo, em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo. Desde então, a casa ganhou nova vida, teve os preços dos ingressos popularizados, passou a receber uma programação mais eclética e ampliou o seu público. Todo o custeio da operação é feito sem uso de leis de incentivo à cultura.
Além da programação, que entre 2011 e 2018 recebeu mais de 1,6 milhão de espectadores em cerca de 1,2 mil apresentações – só em 2018 somou 118 espetáculos, sendo 58 gratuitos, e um público de mais de 102 mil pessoas –, o Auditório abriga uma escola de música, a Escola do Auditório, que até 2018 atendeu cerca de 170 crianças e adolescentes vindas da rede pública de ensino. Aos alunos é oferecido um curso livre de música e uma bolsa mensal que ajuda a custear o seu transporte e alimentação. A EA já formou 93 alunos.
Com iniciativas desta natureza, o Itaú Cultural reafirma seu estreito compromisso com a cultura brasileira, atuando em um tripé que se calca no incentivo à arte e cultura no país, na democratização e ampliação do acesso às atividades culturais entre os brasileiros e na preservação e difusão do patrimônio cultural e artístico do Brasil de modo a formar um legado perene.
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