O terceiro trimestre do ano de 2021 demonstrou recuperação do emprego na economia criativa brasileira. Em relação ao mesmo período do ano passado, a economia criativa criou quase 870 mil postos de trabalho, uma taxa de aumento de 14%. Já em relação ao trimestre anterior (o segundo de 2021), a taxa de aumento observada foi de 5% (adição de 324 mil postos de trabalho).

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).

A taxa de recuperação do emprego na economia criativa seguiu a tendência do total do emprego na economia brasileira, tanto em relação ao mesmo trimestre do ano passado quanto na comparação com o período anterior. As taxas de variação ficaram bastante próximas, mostrando que o emprego na economia criativa está acompanhando a retomada da atividade econômica.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).

Entre os segmentos que compõem o emprego na economia criativa (trabalhadores criativos especializados – ou seja, trabalhadores criativos em setores criativos –; trabalhadores de apoio – trabalhadores não criativos em setores criativos –; e trabalhadores incorporados – funcionários criativos atuando nos demais setores da economia), o que mais apresentou variação positiva entre o segundo e o terceiro trimestres de 2021 foi o dos trabalhadores especializados da cultura, ou seja, aqueles que atuam em setores criativos exercendo profissões nas áreas de atividades artesanais, artes cênicas e artes visuais, cinema, música, fotografia, rádio e TV e museus e patrimônio. Em comparação com o terceiro trimestre de 2020, já se soma um saldo positivo de 91,4 mil empregos nesse grupo.

Os segmentos de trabalhadores incorporados e de apoio tiveram variações de 8% em relação ao trimestre anterior, enquanto o segmento de especializados criativos (excluindo os especializados da cultura) apresentou leve queda de 3% no nível de emprego, após sucessivos crescimentos desde o terceiro trimestre de 2020.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).

No conjunto dos trabalhadores criativos, as categorias ocupacionais que mais apresentaram crescimento entre o segundo e o terceiro trimestres de 2021 foram as artes cênicas e visuais; o design; e o cinema, música, fotografia, rádio e TV. Especificamente no segmento de trabalhadores especializados (os trabalhadores criativos que trabalham nos setores criativos), o destaque se deu em cinema, música, fotografia, rádio e TV, em que houve a criação de quase 27 mil empregos entre o segundo e o terceiro trimestres de 2021, representando uma variação de 27%. No segmento de trabalhadores incorporados, o destaque se deu nas categorias de design e artes cênicas e visuais.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021). Nota: *Amostra não significativa.

Quanto ao tipo de vínculo de trabalho, observa-se que o número de empregados formais (com carteira assinada, servidores públicos e profissionais empregadores ou conta própria com cadastro formal de CNPJ) da economia criativa foi o que mais teve variação positiva em relação ao segundo trimestre de 2021, aumentando em 7%. No segmento informal (trabalhadores sem carteira assinada e profissionais empregadores ou conta própria sem cadastro formal de CNPJ), o emprego se manteve praticamente estável nesse período. Contudo, ao observar a variação desde o terceiro trimestre de 2020, observa-se que esse grupo somou uma recuperação na faixa de 15%, um pouco acima da variação vista no segmento formal, que foi de 13%.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).

Segmentando os trabalhadores incorporados, especializados e de apoio entre as faixas formal e informal, observa-se que o único segmento com queda entre o segundo e o terceiro trimestres de 2021 foi o de especializados informais, enquanto os demais grupos cresceram entre 5% e 8%.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).

Os impactos da pandemia na economia criativa não alteraram a composição do emprego segundo o gênero. Desde o terceiro trimestre de 2020 até o mesmo período de 2021, o percentual de mulheres seguiu na faixa de 47% do total de trabalhadores.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).

Nessa fase, a participação feminina no total do emprego na economia criativa segue sendo majoritária no segmento informal e minoritária no segmento formal, o que se reflete também nas diferenças de rendimento entre o público feminino e o masculino.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).

O rendimento médio das trabalhadoras da economia criativa segue sendo equivalente a cerca de 60% do rendimento médio masculino. Contudo, em relação ao terceiro trimestre de 2020, o rendimento médio nominal feminino teve aumento de 4%, enquanto o masculino teve queda de 8%. Por causa dos impactos da alta inflacionária, os rendimentos médios reais estão diminuindo tanto para homens quanto para mulheres, refletindo em uma perda do poder de compra dessa força de trabalho.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).

Quanto à regionalidade, observa-se que, entre o segundo e o terceiro trimestres de 2021, dos cinco estados com maiores níveis de emprego na economia criativa, o Rio de Janeiro foi o único que apresentou queda na quantidade de postos de trabalho: em torno de 7%. Fora dos cinco principais, que representam 63% do total de empregados da economia criativa brasileira, os maiores crescimentos foram observados em Tocantins, no Acre e na Bahia.

Fonte: Painel de Dados Observatório Itaú Cultural (2021).