Passo a Passo

Quatro eixos revelam a vida e a obra de um dos mais estudados pensadores da educação no mundo

Um mapa interativo no final da exposição assinala todos os lugares que Paulo Freire alcançou com o seu trabalho por todo o mundo. Antes de chegar nele, o visitante passeia por toda a vida do educador em núcleos que começam no seu nascimento e formação, a bem-sucedida experiência em Angicos, o exílio forçado por 16 anos e o seu retorno ao Brasil, onde seguiu dedicado à educação até 1997, ano de sua morte. Acompanhe o passo a passo, aqui.

FORMAÇÃO - 1921 a 1963

Em 19 de setembro de 1921, nasce Paulo Reglus Neves Freire no bairro de Casa Amarela em Recife, Pernambuco. Em 1937, ele obtém bolsa de estudos para cursar o ensino secundário no Colégio Oswaldo Cruz, onde se torna professor de língua portuguesa – sua primeira experiência com a docência. Em 1943, inicia na Faculdade de Direito do Recife, onde se formaria em 1947. Apesar do curso, ele desistiu de exercer a profissão.  

Este eixo da Ocupação traz a nordestinidade de Paulo, com destaque para a sua infância, a família, a casa em que nasceu e se alfabetizou, no Recife – onde havia a mangueira sob a sombra da qual escreveu as primeiras palavras usando gravetos. Em suma, a sua identidade e o sentimento nordestinos, enfatizados até o fim da vida

Além de sua formação intelectual, trata de suas primeiras experiências. Entre elas, importantes passagens pelo Sesi, pela Universidade do Recife – hoje Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) – e a participação no Movimento de Cultura Popular do Recife.  Há muita documentação, neste eixo. Por exemplo, suas marginalias – anotações em livros de sua biblioteca particular, a chamada biblioteca “pré-exílio”.  

ANGICOS – 1960 a 1964

Em 1962, Paulo Freire e o reitor João Alfredo criam o Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife, em Pernambuco. Ação de caráter pioneiro, é a primeira atividade sistemática de extensão universitária no Brasil.   

No mesmo ano, o educador começa a lidar com a alfabetização de adultos. O método Paulo Freire é aplicado no Centro Dona Olegarinha, em Poço da Panela, Recife. Em 1963, sua prática educacional estabelece o primeiro marco: as chamadas 40 horas de Angicos, nome do município do Rio Grande do Norte onde, pelo método freireano, cerca de 300 pessoas foram alfabetizadas em 40 horas. O sucesso da experiência inspira outros projetos no país.  

Este eixo da Ocupação reúne um conjunto singular e expressivo de documentos e imagens que remetem a Angicos e tratam da experiência de alfabetização. No espaço são exibidos materiais relativos à formação dos educadores envolvidos na ação e outros produzidos no processo de elaboração pedagógica da proposta, além dos que eram utilizados diretamente nos encontros de alfabetização e de registros escritos e fotográficos.

Destaque, ainda, para documentos sobre o Plano Nacional de Alfabetização e outras aplicações do Sistema de Alfabetização Paulo Freire: o planejamento dos círculos de cultura pelo país, documentação referente às aplicações de experiências de alfabetização em diferentes localidades do Brasil decorrentes e/ou inspiradas da experiência em Angicos, como: Acre, Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal.

EXÍLIO – 1964 a 1980

Em 1964, o regime civil-militar obriga Paulo Freire a um longo período de exílio iniciado no Chile, onde se dedicou muito à escrita. Ali, ele escreveu, entre outros textos, sua obra mais conhecida, Pedagogia do Oprimido. Os anos de afastamento do Brasil são vividos também nos Estados Unidos e na Suíça. Em 1970, quando publica o livro escrito no Chile, ele se torna professor da Universidade de Genebra. Entre 1975 e 1979, atua no Instituto de Ação Cultural (Idac) e lidera programas de educação e alfabetização em Guiné-Bissau, Cabo Verde, Angola e São Tomé e Príncipe.  

Encontram-se reunidos neste eixo, documentos das diferentes passagens por outros países durante o exílio de Paulo Freire, desde a saída do Brasil, passando pela Bolívia e até chegar no Chile, onde permaneceria por alguns importantes anos. Ainda, tem documentação e imagens, como o cartaz e orientações para o uso dos cartazes utilizados na experiência de alfabetização, que remetem às experiências de alfabetização no Chile, ali exilado, ele foi consultor e colaborador para o desenvolvimento de ações de alfabetização no país.    

Há no espaço expositivo uma animação realizada a partir dos escritos originais de Pedagogia do Oprimido. Para ilustrar sua rotina naquele período, a Ocupação exibe uma foto que o registra trabalhando em seu escritório e uma ficha de suas anotações.

Depois do Chile, Paulo Freire viveu um ano nos Estados Unidos e em 1970 chegou à Suíça, onde morou até a volta definitiva ao Brasil em 1980. Ali trabalhou para o Conselho Mundial de Igrejas e fundou o Instituto de Ação Cultural (IDAC) com outros exilados. Entre outros documentos, a Ocupação apresenta os cadernos produzidos pelo IDAC, relativos à ação da instituição. Exibe, ainda, os cadernos relacionados às ações de alfabetização realizadas em Sâo Tomé e Príncipe, que marcam a passagem do educador pelo continente africano.

RETORNO – 1980 a 1997

Com a anistia, em 1980, Paulo Freire volta ao Brasil e começa a dar aulas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP). Em 1986, recebe o Prêmio Educação para a Paz, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Três anos depois, em 1989, assume o cargo de secretário municipal de Educação, na gestão de Luiza Erundina como prefeita da capital paulista. Em 1991, é criado o Instituto Paulo Freire, também em São Paulo, e, um ano depois, é publicado o livro Pedagogia da esperança.

Paulo Freire morreu em maio de 1997, aos 75 anos, um ano após a publicação de Pedagogia da autonomia, sua última obra. Seu legado incontestável para a educação no Brasil e no mundo rendeu a ele, em 13 de abril de 2012, o título póstumo de Patrono da Educação Brasileira.

Neste eixo que encerra o percurso pela Ocupação e ainda revela a internacionalização de Paulo Freire, encontram-se diversos registros que falam de sua passagem pela PUC, Unicamp – nessas duas como professor – e USP, como convidado.  Reúne, ainda, diversos materiais produzidos pela Secretaria Municipal de Educação quando ele foi secretário na gestão da prefeita Luiza Erundina. Trata-se de uma variedade de itens, como materiais de formação de educadores; minutas para projetos de lei prevendo melhoria das condições de trabalho dos profissionais. Outros materiais são os que foram usados para a divulgação de ações específicas, como a criação e/ou reativação de conselhos de escola, sempre partindo da premissa da gestão democrática proposta por Freire.

Entre os manuscritos exibidos, estão os da Pedagogia da Esperança, uma revisão da própria obra. Paulo Freire havia começado um texto para rever a Pedagogia do Oprimido, mas, no processo, surgiu este novo livro. A abertura para a revisão e a postura crítica e humilde sobre si mesmo e suas ideias são uma marca de Paulo Freire. A Pedagogia da Autonomia foi o último livro que ele escreveu. O educador buscou desenvolver junto à editora a proposta de uma publicação que fosse barata para que pudesse ser comprada e lido pelo maior número possível de professores.  

Um painel interativo, chamado Paulo Freire pelo mundo, evidencia todos os lugares que Paulo Freire alcançou com o seu trabalho – títulos Honoris Causa, cidades onde trabalhou, pesquisas sobre ele e sua obra, entre Cátedras, Centro Acadêmicos, institutos e grupos de pesquisa, e homenagens e premiações como cidadão honorário, prêmios, medalhas, placas comemorativas de eventos e de homenagem, troféus, certificados diversos, condecoração, escolas, outros.

De 18 de setembro a 5 de dezembro

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