Foto: Agência Ophélia
Formação inédita de gestores culturais em todo o País
O Itaú Cultural tem especial preocupação na área de formação. O seu plano de atividades neste quesito se sustenta em três frentes: formação acadêmica, ações teórico práticas e ações reflexivas. Em 2019, o primeiro pilar movimentou um público de 1.156 pessoas entre cinco atividades, com destaque para o Curso de Culturas Surdas na Contemporaneidade, o Curso de Especialização em Gestão e Políticas Culturais (CEGPC), criado em 2009, e para a Cátedra Olavo Setubal realizada em parceria com o Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP) desde 2016.
No eixo das ações teórico-práticas, foram realizadas as oficinas Atores Negros e Mulheres Tecendo Histórias, o curso de formação em artes visuais Entreolhares e o EAD de Produção Cultural, Mediação e Comunicação Virtual, em um leque de 134 atividades. Estas iniciativas contaram com quase seis mil participantes. Nas ações reflexivas cerca de 7,6 mil pessoas giraram em torno das 144 atividades promovidas pela organização, com temáticas como o impacto da tecnologia nas relações humanas.
Sobre o CEGPC
O Itaú Cultural é a primeira instituição cultural privada no país a criar uma pós-graduação em gestão cultural. Por meio do Observatório Itaú Cultural – espaço de reflexão e pesquisa sobre o setor da cultura –, há uma década a organização oferece o curso de Especialização em Gestão e Políticas Culturais (CEGPC) em parceria com a Cátedra Unesco de Políticas Culturais e Cooperação da Universidade de Girona, Espanha.
Gratuito e inédito, este curso tem duração de um ano letivo, se estrutura por meio de aulas presenciais e virtuais e é dirigido pelo professor titular da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) Teixeira Coelho e pelo professor Alfons Martinell, da Universidade de Girona e codiretor do Laboratório de Investigação e Inovação em Cultura e Desenvolvimento com sede na Colômbia e na Espanha.
Desde a sua criação, em 2009, o CEGPC recebeu cerca de 13 mil inscrições de todos os estados brasileiros e atendeu mais de 500 alunos, entre eles, secretários municipais e estaduais da Cultura, gestores culturais e lideranças dos mais diversos equipamentos do setor, tanto públicos como privados. Somente no biênio 2017/2018, foram 468 inscritos em 41 vagas e 37 alunos formados, em São Paulo. No mesmo período, mas no Dragão do Mar, em Fortaleza, foram 344 inscritos para 41 vagas e 34 alunos formados. Ao todo, até 2019, foram formadas 324 pessoas.
Pesquisa de impacto de curso, realizada pelo Observatório Itaú Cultural e aplicada em 2019 revela que os participantes provêm de 20 estados brasileiros. 54% são mulheres e 48% pretos, pardos ou indígenas.
Com pontuação de 1 a 5, os respondentes da pesquisa deram nota 5 para a relevância do curso para suas próprias atividades e atribuíram a mesma nota para a qualidade do corpo docente. Com pontuação de 1 a 10, em média, eles deram nota 9 para o curso em geral.
Apesar de 62% não sentir falta de conteúdos abordados no curso, foi observada a necessidade de ampliar a diversidade dos temas e de perspectivas em relação a raça, gênero, gestão colaborativa e alternativa e cultura popular.
Os entrevistados pelo levantamento sugeriram, ainda, maior espaço para abordar pontos divergentes do diretor acadêmico e ter laboratórios práticos de gestão.
Os alunos que participaram da pesquisa consideraram pontos positivos do curso a oferta de um panorama ampliado de experiências em gestão e políticas culturais, reflexões profundas, estímulo para rever práticas de gestão, a possibilidade de formação de rede e a promoção do hábito de leitura e de pesquisas na área.
Na época em que realizaram o curso, 64% dos entrevistados trabalhavam em instituições públicas; 31,24% eram secretários de cultura, diretores, gerentes ou coordenadores de instituições, de departamentos ou de setores. Atualmente, 48% trabalham em instituições públicas e 37,2% são secretários de cultura, diretores, gerentes, coordenadores de instituição, departamento ou setor, ou, ainda, administradores de salas de espetáculos ou de equipamentos culturais.
Passado um ano de sua formação no CEGPC, 28% dos entrevistados receberam alguma promoção; 64,5% consideram que a sua trajetória profissional evoluiu e 83% consideram possuir bagagem profissional e acadêmica para compartilhar, como docentes, na formação de gestores/ produtores culturais.
Cursos de 40 horas e EAD
Ainda no âmbito da gestão, foi criada a Semana de Gestão e Políticas Culturais, em que o Itaú Cultural leva seu programa de formação a localidades de todo o país. Desde a sua criação, em 2008, durante 10 anos, o curso, de 40 horas, beneficiou mais de três mil profissionais ligados às áreas culturais de 34 cidades por onde passou: São Luiz (MA), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Rio Branco (AC), Salvador (BA), Aracaju (SE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Florianópolis (SC), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), São Paulo (SP), Macapá (AP); Recife (PE), Bauru (SP), Ribeirão Preto (SP), Presidente Prudente (SP), Belo Horizonte (MG), Janaúba (MG), Feira de Santana (BA), Crato (CE), Canoas (RS), Foz do Iguaçu (PR), Belém (PA), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Teresina (PI) e Vitória (ES).
A proposta desse curso rápido é realizar uma formação de produtores e gestores culturais para que possam lidar melhor com as especificidades da gestão cultural, compreender as diversas demandas de sua região e os desafios da atualidade. Ainda nesta área, em 2017, a organização realizou sua primeira turma do curso de Ensino a Distância (EAD) em gestão e políticas culturais. Participaram dessa primeira classe 250 alunos. Em 2018, houve um total de 5.126 inscrições, 180 alunos matriculados e 88 aprovados.
Em 2019, foram realizados dois cursos EAD. Um teve foco na produção cultural e recebeu 4.066 inscritos, dos quais 180 foram selecionados e 92 aprovados. O outro, com ênfase em articulação, mediação e comunicação cultural, recebeu 1.313 inscrições, 200 selecionados e 87 aprovados.
Cátedra na USP
Em 2016, o Itaú Cultural criou a Cátedra Olavo Setubal, primeira na Universidade de São Paulo para discutir questões do universo das ciências, artes e tecnologia. Criada em parceria com o Instituto de Estudos Avançados (IEA/USP), com duração mínima de cinco anos, teve como primeiro titular o cientista político, filósofo, diplomata e primeiro titular da cátedra Sérgio Paulo Rouanet.
Em 2017, o curso foi conduzido pelo arquiteto, designer gráfico e gestor cultural Ricardo Ohtake, para cerca de 300 alunos presenciais e mais de 500, via web. Em 2018, a titular foi a educadora e ativista social Eliana Souza e Silva, fundadora da ONG Redes de Desenvolvimento da Maré. Entre presencial e online, a audiência naquele ano foi de 555 pessoas – 144 presenciais e 411 online.
Em 2019, assumiram a titularidade da cátedra o curador de artes visuais Paulo Herkenhoff e a professora da Unifesp Helena Nader. Neste período, a audiência foi de 1.028 alunos presenciais e de 930 visitantes em on-line, abrangendo um total de quase dois mil participantes.
A cátedra compõe o curso para alunos da USP, pesquisadores, artistas, produtores culturais, instituições culturais. A dotação orçamentária anual para cada programa, custeada pelo instituto, é de R$ 500 mil. Este é um reconhecimento que o instituto dá à gestão e formação de política cultural e integra os 10 anos do Observatório Itaú Cultural, celebrados em 2017.
Observatório
O Observatório Itaú Cultural foi criado em 2006 com foco em gestão, economia e políticas culturais. Desde então promove estudos e debates desses temas, estimulando a reflexão sobre a cultura em seus vários aspectos
A atuação do Observatório tem seu alcance ampliado com seminários, encontros e palestras; uma linha editorial de livros e a Revista Observatório (tudo disponível gratuitamente na web) e a promoção de pesquisas sobre o campo cultural, além do curso de especialização em gestão cultural.
De acordo com pesquisa realizada pelo Observatório, 70% do público que acompanha as suas ações, acessa alguns dos produtos todas as semanas ou uma vez por mês. De 1 a 5, a média das respostas deu nota 5 para os temas abordados pelos conteúdos do Observatório, 4 para a profundidade das reflexões e 4 para a diversidade de olhares sobre a cultura.
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