Ocupação Itaú Cultural

“Eu só boto bebop no meu samba

Quando Tio Sam tocar um tamborim

Quando ele pegar

No pandeiro e no zabumba.

Quando ele aprender

Que o samba não é rumba.

Aí eu vou misturar

Miami com Copacabana.

Chiclete eu misturo com banana,

E o meu samba vai ficar assim”

Com o nome em homenagem a música de Jackson do Pandeiro, nasceu na década de 1980, pela Circo Editorial, a revista Chiclete com Banana.

Criada no momento em que o país passava pelo processo de redemocratização e de Diretas Já, a revista ousa, inova, mistura tudo completa e irrestritamente sem deixar de ser tipicamente brasileira. Com esse objetivo, a publicação, editada por Angeli e Toninho Mendes, reuniu grandes nomes dos quadrinhos brasileiros, como Laerte, Glauco e Luis Gê, chegando a vender 115 mil exemplares.

Nascida da paixão de Angeli e Toninho por gibis, a Chiclete com Banana deixou de ser apenas uma revista de quadrinhos e passou a ser de comportamento, crítica política e ideias incômodas. “Eu não gostava de revista de quadrinhos, com um quadrinho atrás do outro, como se fosse um catálogo, então comecei a pensar matérias com e sem foto. Comecei a profissionalizar essa parte de engordar uma revista, colocar conteúdo”, conta o cartunista.

Foi para comemorar o segundo ano da Chiclete com Banana que Angeli, Laerte e Glauco reuniram-se em Los Três Amigos. O trio, cujos personagens eram caricaturas dos próprios autores, andava por terras áridas à la deserto mexicano, falando um portunhol safado e perseguindo mulheres indefesas.

Graças ao sucesso, ANGEL VILLA, LAERTON e GLAUQUITO começaram a ser publicados na Chiclete com Banana e, anos depois, ganharam uma edição especial, também editada pela Circo Editorial.

Médico, taxista, executivo, motobói. Nenhuma profissão, comportamento ou personalidade escapa ao olhar atento e dolorosamente analítico de Angeli.

Você pode não saber, mas já foi zoado por ele.