Herbert

Acervo Centro Cultural São Paulo

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Herbert Duschenes nasceu em 13 de dezembro de 1914, em Hamburgo, na Alemanha.

Filho de uma família de quarto irmãos, Herbert cursou, na década de 1930, história da arte na Universidade de Hamburgo e arquitetura no Instituto Politécnico de Praga, na Tchecoslováquia, atual República Tcheca.

Em razão da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e das perseguições nazistas, deixou seu país e chegou ao Brasil em 1940. Parte de seus parentes fixou residência em outros lugares do mundo como Canadá, Suíça e Londres.

Aqui tornou-se sócio de uma empresa de engenharia e colaborou com escritórios de arquitetura.

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Seção de vídeo

A personalidade de Herbert – Ocupação Maria e Herbert Duschenes (2016)

O neto e o filho do casal Duschenes – Daniel Duschenes e Ronaldo Duschenes, respectivamente – falam de sua relação com Herbert, de algumas características marcantes da personalidade dele e de sua forma de interagir com os amigos e a família.

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“Eu não tinha nem 9 anos quando mamãe começou a me levar consigo aos cursos noturnos de HISTORIA DA ARTE na Universidade de Hamburgo, talvez porque ela não sabia onde me deixar. Os cursos eram dados pelo famosíssimo Professor Dr.Erwin PANOFSKY de Berlim , mais tarde perseguido pelos nazistas por ser judeu, mas acolhido pela Universidade de Harvard, Boston, USA, onde seu filho continuou o trabalho após a morte do pai. Naquela época história da arte consistia principalmente na pintura italiana do renascimento. Agora imaginem um pequeno menino num grande auditório escuro com centenas de estudantes atenciosos tomando notas para não perder uma palavra preciosa da Eminência, a pequena figura lá longe no palco falando uma língua incompreensível sobre um assunto completamente fora do alcance de uma criança. Dá para meter medo, e assim foi no inicio. Aliviado por imagens  estranhas, slides em preto e branco sobre misteriosos acontecimentos: dúzias de vezes mulher com nenê, dúzias de vezes um homem nu no colo de uma enfermeira com uma cruz no fundo e arvores com outros sujeitos pendurados. Mistério total para mim. Em casa mamãe abriu livros e tentou heroicamente me explicar estes estranhos acontecimentos do passado. Eu só vivia para momento em que o professor batia no chão com seu mostrador para mudar o slide.

Um segundo ano da mesma dose, e assim ainda um terceiro. Quando o quarto ia começar, nada mais. Eu: “mamãe, a gente não vai mais?”

Mas que pena. Pouco a pouco eu tinha absorvido não só os temas e a historia pintada, mas a arte nisso tudo. No fim eu comecei a trabalhar facilmente com termos como composição geométrica, pontos centrais, perspectiva, fumèe, claro-escuro etc. A arte tinha tomado conta de mim para sempre. O segredo era, e  isto foi importantíssimo para mim, a maneira de localizar e ver, com os dados fornecidos, obra por obra. A enorme diferença do método de Panofsky era a seguinte: cada obra è produto de um homens. Para julgar o apresentado è necessário conhecer este homens: seu tempo, sua vida, ambiente, família, posição social , política e financeira, sua saúde, hábitos de alimentação, vizinhança, clima, fofocas e tudo mais que pudermos encontrar de tempo e espaço, alem dos antecedentes, mestres, ajudantes, ateliers, escolas, material existente como telas, tintas, vernizes, armazenagem, vendas, criticas, colecionadores, inimigos,  valores de mercado etc. etc. etc. Perfeitamente natural e lógico, mas precisava de um Panofsky para introduzir este método.”

[trecho extraído de “O ARQUITETO” – parte da memória escrita por Herbert Duschenes – reproduzido tal como no original]

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“Quando Ronny nasceu fui naturalmente comprar uma maquina de fotografia para acompanhar e eternisar os grandes momentos do pequeno.E aí vem o Farkas da Fotopotica e me vendeu a minha primeira camera de cinema 8 mm,saida nestes dias.Preto e branco,uma box,sem focalisar nem lente elastica.O mais primitivo possivel.Mas eu era superfeliz.Imagine de repente uma nova dimensão,o movimento,para mim.Sabe qual foi o primeiro rolo?Não o nenê tomando banho,nem apagar a velinha.Mas o trem para Pirituba.Que extase de filmar os trilhos rolando em baixo de mim?Uma  euforia de ter juntado mais olhos,mais braços e mais palavras-reportagem”

[trecho extraído de “ATIVIDADES PROFISSIONAIS” – parte da memória escrita por Herbert Duschenes – reproduzido tal como no original]

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Seção de vídeo

Bertioga

Imagens registradas originalmente em super-8 por Herbert Duschenes.

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Seção de vídeo

São Paulo

Imagens registradas originalmente em super-8 por Herbert Duschenes.

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Composição I

Acervo de família

Quando viajava, Herbert criava cenários com suas malas e outros objetos e fotografava essas composições.

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Composição II

Acervo de família

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Composição III

Acervo de família

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Seção de vídeo

China 1 / Clássica / Muralha

Imagens registradas originalmente em super-8 por Herbert Duschenes.

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Seção de vídeo

China hoje

Imagens registradas originalmente em super-8 por Herbert Duschenes.

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[Clique aqui para ler na íntegra o texto “Dicas para uma aluna minha, imaginária”, parte das memórias escritas por Herbert Duschenes.]