Ocupação Itaú Cultural

O artista enxerga no mundo possibilidades; vê a obra possível e avalia quais os passos para criá-la. Nesta seção, em trechos curtos de entrevistas, você observa a visão inicial de Regina sobre as obras a serem feitas, as pesquisas a respeito do lugar onde serão realizadas, o planejamento dos meios de conseguir o resultado. O conhecimento desse modus operandi se torna mais amplo com depoimentos de pessoas próximas acerca de como ela produz e com imagens de seu local de trabalho, o ateliê.

 “Aquela sombra é muito importante, porque é a projeção do telhado de vidro no chão; achei que o meu trabalho tinha de atuar com isso, em cima do próprio chão. Depois, virou em cima do próprio vidro.”

Regina Silveira

“Por exemplo, pra saber como eu ia fazer o super-herói na Paulista, que tamanho tinha que ter, tive de fotografar de longe, de onde as pessoas iam ver, pra saber onde queria que alcançasse o pé, a cabeça. Eu fiz isso em diversas fotos; no caso do super-herói, tirei fotos e desenhei em cima das fotos. Depois, eu contava os andares pelas janelinhas, três metros cada andar, eu sabia mais ou menos. Então, é uma coisa empírica, sempre em cima de desenho, fotografia.”

Regina Silveira

 “Minha obra ocupa o local e é um risco, é um risco para todo mundo, para a instituição que faz. O curador tem que arriscar. Pra fazer isso aqui [diz, referindo-se à maquete de Lumen, realizada no Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía], se o Kevin Power não tivesse endossado junto à instituição — ele era o vice-diretor quando me convidou — não tinha saído. O edifício é tombado, histórico, é um desafio reconhecido para todo mundo que é convidado. Teve de lavar o edifício inteiro, teve de vir gente pendurada em rapel, cordas, uma coisa muito longe da prática do museu. Essa aqui teve que contratar uma companhia, que eu escolhi com eles, depois de consultar umas três empresas, para saber quem estava mais apta a realizar o trabalho. Tem que ser uma coisa, assim, de estratégias colaborativas.”

Regina Silveira

 [Sobre a lâmpada de Lumen, que funcionava com dois iluminadores traseiros]

“Eu achava que não estava acesa durante o dia porque tinha muito sol. Nós conseguimos que o museu apagasse a luz, à noite, e fomos lá no parque olhar. Então, eles acenderam essa lâmpada e acenderam o palácio — e foi uma coisa deslumbrante.”

Regina Silveira