A criação como uma forma de manter vivo o
ciclo de produção de arte  e cultura brasileiras

O ciclo de nascimento e morte é o que determina o tempo de uma vida. Mas até mesmo esse fim pode ser recriado, por exemplo, com a reprodução das espécies ou a existência em memórias e lembranças. Porque viver é se inventar e elaborar formas de se relacionar com o mundo, superando o que é determinado.

A teoria da autopoiese (do grego auto “próprio” e poiesis “criação”), concebida na década de 1970 por biólogos e filósofos chilenos (Francisco Varela e Humberto Maturana), endossa essa ideia, destacando a capacidade dos seres vivos de constantemente se autoproduzir e se autorregular em interações com o meio. Uma rede de processos que geram, com essas trocas, a mesma rede que as produziu, em um moto-contínuo de relações em que cada ser tem sua lógica própria.

Essa concepção direciona o olhar para o grupo de projetos escolhidos para a mostra O Tempo das Coisas – Mostra Rumo 2017-2018. Redes criativas relacionadas ao meio em que estão inseridas.

São 17 projetos dispostos no espaço expositivo (9) e em shows, espetáculos e oficinas (8), dos 109 selecionados na edição de 2017-2018 do programa. Como um fractal das 1,4 mil ideias já viabilizadas pelo Rumos Itaú Cultural em 22 anos de existência.

A criação amplia os limites da existência. Libera as coisas de seus conceitos. Traz poesia para a vida. Por isso o Rumos Itaú Cultural acredita na criação como uma forma de manter vivo o ciclo de produção de arte e cultura brasileiras.

Itaú Cultural

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