Recursos acessíveis no espaço expositivo agregam diversos públicos

O projeto de acessibilidade para Geraldo de Barros – Imaginário, construção e memória, explora os três pontos centrais da exposição embutidos em seu título. O ponto de partida para a elaboração da proposta foi a multiplicidade de linguagens e os diversos caminhos de experimentação pelos quais o artista percorreu durante sua trajetória artística, sempre levando em consideração o papel fundamental e ativo que o público tem na criação artística.

Assim, os três andares do espaço expositivo contam com mapa tátil e piso podotátil, vídeoguias para o público surdo, objetos táteis e audiodescrição para os visitantes cegos e pessoas com deficiência visual, audioguias mediados, vídeos na Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legendas em português/inglês, além de recursos de segurança contra o Covid-19.

No primeiro andar, os mecanismos de acessibilidade para esta exposição percorrem a imaginação, a fotografia e a Gestalt em Geraldo de Barros. Mapa tátil e pisopodotátil orientam o visitante, que, em três pontos encontra ferramentas de audiodescrição – uma para apresentar o piso e mais duas para os objetos táteis e uma breve contextualização da obra. Três videoguias abordam o tema de inspiração gestáltica A imagem é algo que tem que ser construído, ela não existe sozinha. Objetos e pranchas táteis ou de alto relevo reproduzem as obras They Are Kissing, pintura a óleo e colagem sobre aglomerado de 1964, e uma colagem sobre papel Sem título, de 1996,1998 e integrante da série Sobras.

Chegando no primeiro subsolo, o contexto é a construção, forma e a concretude. Ali o visitante também é orientado com mapa tátil e pisopodotátil e encontra outros três pontos de audiodescrição. Dois videoguias desenvolvem os temas deste andar, com especial foco para o mobiliário e as fórmicas, que servem como inspiração para que assuntos da arte concreta sejam trabalhados. Ainda neste piso, a reprodução tátil de uma das obras da mostra propõe uma composição de formas geométricas, auxiliando na construção da figura a partir de sua desconstrução.

Mais abaixo, no segundo subsolo, os recursos de acessibilidade navegam pela memória na história, processos e paixão de Geraldo. Entre o mapa e o pisopodotátil, mais três audiodescrições e dois audioguias traçam a cronologia e o percurso histórico do artista, assim como o seu papel social e de uma nova geração de artistas não provenientes das elites econômicas do país. O tema é A inquietação do papel do artista na sociedade. Objetos táteis reproduzem uma miniatura de cadeira que ele criou na UNILABOR e de um sofá, idealizado por Barros para a HOBJETO. Os logotipos projetados pelo artista para cada uma das lojas também contarão com pranchas em alto relevo, fechando a visitação acessível da exposição.


O Itaú Cultural e a acessibilidade
Ao longo dos últimos anos, o Itaú Cultural vem desenvolvendo e aperfeiçoando processos e ações no campo da acessibilidade a fim de agregar diversos públicos, tanto em sua equipe de colaboradores quanto em sua programação. A primeira ação se deu em 2012, com o videoguia em Libras da exposição Lygia Clark: uma Retrospectiva. No ano seguinte, criou-se um grupo de trabalho para discutir esse tema. Em 2016, com a formação do Comitê de Acessibilidade – atual Fórum de Acessibilidade –, mais um grande passo foi dado no intuito de tornar a programação do IC cada vez mais acessível.

De lá para cá, cada vez mais a programação, exposições e eventos promovidas pelo Itaú Cultural – presencial e virtualmente –, contém mais ferramentas que ampliam o acesso de todos os públicos a elas.