Citações de terceiros e do próprio artista costuram os três andares do espaço expositivo

A mostra acompanha a criação e produção de Barros do princípio ao fim, entre imagens, objetos, fotografias e documentos, permeada de citações históricas a respeito de sua obra e permitindo uma leitura abrangente sobre o seu trabalho
PISO 1
“A liberdade interior está ao alcance de todos; a arte é a chave para essa libertação. [Geraldo] compreendeu que para alcançar esse estágio espiritual era preciso, despido de preconceitos, alcançar a mesma atitude livre perante todas as coisas dos artistas anônimos do Engenho de Dentro.”
(Mário Pedrosa em texto manuscrito, inacabado e inédito, circa 1950.)
“Que lhe trouxe a fotografia para a sua formação de artista? Trouxe a consciência da relação do objetivo e do subjetivo. [...] Sua arte passou a ser construída por uma espécie de permuta igualitária entre o aspecto que as coisas, mesmo mínimas, mesmo detalhes insignificantes, apresentam, e as sugestões que vêm de dentro de si mesmo. Seu trabalho de criação é um sistema de troca, de toma lá dá cá entre a realidade objetiva e a ativação da imaginação subjetiva.”
(Mário Pedrosa em texto manuscrito, inacabado e inédito, circa 1950.)
“Trata-se de obter um movimento visível de fluxo e refluxo opondo o claro e o escuro, e isso implica o recurso enérgico a dois polos. A força do conflito pressupõe, de fato, que os polos opostos preto e branco afirmem sua presença: eles conferem toda sua tensão ao jogo de forças contrastante sobre a escala das nuanças tonais.”

“Uma característica imediatamente evidente do artista é o movimento aparente e, intrinsecamente, a polivalência das formas em seus efeitos sobre nossa percepção. [...] Quando um ponto de partida como aquele oferecido por esses trabalhos, que permite várias leituras, é proposto, torna-se impossível ver mais de um significado simultaneamente, nossa percepção sempre escolhe um entre outros. [...] Há obviamente uma necessidade de decisão, nossa percepção não permite que renunciemos a tomar decisões. Decide por si mesma mesmo quando há pouca informação disponível, como no caso dessas obras. Adiar isso poderia ser perigoso!

Decidir, como faz nossa percepção, é questão de sobrevivência.”

(Eugen Gomringer em catálogo para a exposição de Geraldo de Barros na Galerie Tschudi, em Glarona [Suíça, 1987, p. 8].
1º SUBSOLO
“Impressionei-me muito por um certo tipo de perquirição plástica que [Geraldo] estava aprofundando, a ideia da ambivalência perceptiva entre as formas bidimensionais e tridimensionais. Um desses módulos, que ele explorou de várias maneiras, foi a série de quadros em que ele tomava um quadrado e o situava mantendo evidentes apenas as linhas exteriores. Ao olhar o quadro, você ora via o quadrado, que vinha em primeiro plano, ora discernia o cubo e via a perspectiva, a projeção daquilo.”
(Augusto de Campos em entrevista concedida a Michel Favre, 1999.)
“Tanto [Waldemar] Cordeiro como Maurício [Nogueira Lima], [Luis] Sacilotto e Geraldo também eram pintores ligados à utopia de levar a arte ao objeto comum, ao design, ao coletivo. E essa utopia trazia, atrás de si, uma utopia ainda maior, que era a ideia de que se você cultivasse ou levasse as pessoas ao cultivo de uma arte racional, organizada, clara, isso teria que ver com uma sociedade também mais clara e melhor distribuída.”
(Augusto de Campos em entrevista concedida a Michel Favre, 1999.)
“Pretendo realizar algo muito modesto, quero trabalhar, por mim mesmo, um pequeno motivo formal, que o lápis possa dominar sem qualquer técnica. Um mero acaso basta, essa coisa pequena é fácil e concisamente resolvida. Já está realizada! É um trabalho minúsculo, porém autêntico. E um dia, através da repetição de tais pequenas, porém originais realizações, há de chegar a vez de um trabalho sobre o qual eu possa verdadeiramente construir.”
(Paul Klee em Diários [texto incluído por Geraldo de Barros no fôlder de sua exposição de gravuras no MAM, TIRA”/SP” 1952].)
2º SUBSOLO
“Reunimo-nos para que não houvesse distinção entre modernos e acadêmicos. Desconfiamos sempre de quem diz: ‘Eu sou moderno!’. Queremos que diga: ‘Eu sou pintor!’ – e prove a afirmação pintando.”
(Citação de Geraldo de Barros na reportagem Meia hora no ateliê do Jacaré, de Ibiapaba Martins, publicada em 1948 no Correio Paulistano)
“Para mim, a fotografia é um processo de gravura. Acredito, também, que é no ‘erro’, na exploração e no domínio do ‘acaso’ que reside a criação em fotografia.”
(Geraldo de Barros; pensamento elaborado por volta de 1949 e publicado posteriormente no catálogo da mostra Hecho en Latino America, realizada no México, em 1978.)
“Todo artista deve ser completamente livre, tendo compromissos apenas consigo mesmo.”
(Geraldo de Barros na 43ª edição do boletim do Foto Cine Clube Bandeirante, 1949.)
“Pode-se dizer que a arte abstrata faz a função do anseio religioso, a procura do sagrado, na atmosfera niilista do mundo atual.”
(Geraldo de Barros em entrevista a Louis Wiznitzer para o jornal A Manhã, 1952.)
“Se conseguirmos focalizar alguns pormenores que ninguém sabe o que são, estamos em face de uma fotografia abstrata. Quando organizamos formas no espaço, estamos no campo da fotografia concreta.”
(Geraldo de Barros em entrevista a Walter Zanini para o jornal O Tempo, 1953.)
“A função de um desenhista industrial é universal e coletivista. Ele não pensa mais em termos da casa de Dona Fulana ou de Mme. X.”
(Entrevista com Geraldo de Barros e Alexandre Wollner publicada no jornal A Gazeta de S.Paulo, 1958.)
“Exaltaremos o movimento agressivo, a insônia febril, o passo acelerado, a cambalhota, o soco no ouvido, o murro.”
(Citação de Geraldo de Barros em Nelson Leirner × Geraldo de Barros, no jornal City News de São Paulo, 1965.)
“É importante a recriação do outdoor apresentando uma nova e pessoal realidade, pois, aceitar o pôster como ele é, representa aceitar uma imposição.”
(Geraldo de Barros em palestra no Museu de Arte Moderna de São Paulo, em 15 de maio de 1977.)
“O autor permite a reprodução dos objetos-forma, segundo os protótipos apresentados, obedecendo-se às normas especificadas nos projetos.”
(Da Retomada de Alguns Objetos-Forma da Arte Concreta, folheto distribuído gratuitamente na 15ª Bienal Internacional de São Paulo, 1979.)
“Aboli o uso da tela, do pincel e da tinta e optei por um material sem ‘tradição’ e consagração no sistema da arte: as placas de fórmica sobre compensado, de largo uso na indústria e vinculado ao cotidiano através de objetos de uso, especialmente a mobília.”
(Geraldo de Barros em catálogo do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza, 1986.)
“Se é permitido o ‘retoque’, também são permitidas alterações no negativo. Um negativo achado todo riscado e empoeirado, se fornecer um bom resultado fotográfico, a fotografia é de quem a realiza, e não de quem expôs o negativo.”
(Geraldo de Barros; pensamento elaborado por volta de 1949 e publicado posteriormente no catálogo da mostra Hecho en Latino America, realizada no México, em 1978.)
home

De 11/08 a 07/11 de 2021

Ingressos: gratuitos

Funcionamento: terças-feiras a domingo, das 12h às 18h, mediante agendamento via Sympla.

Abertura da agenda: todas as segundas-feiras, a partir das 9h, seguindo por toda a semana, com o agendamento sujeito à lotação dos grupos. Caso o visitante queira ver uma segunda mostra no mesmo dia, deve verificar a possibilidade de novo agendamento.

Permanência do público: 50 minutos em cada exposição. Trata-se de uma limitação de tempo máximo no espaço, que considera os protocolos de periodicidade de limpeza para cada ambiente.

Informações: pelo telefone (11) 2168.1777. Atualmente, esse número funciona de segunda-feira a sexta-feira, das 10h às 18. E-mail: atendimento@itaucultural.org.br

O Itaú Cultural segue protocolos de segurança para conter o avanço da pandemia de Covid-19.  Acesse no site a cartilha para mais informações sobre as medidas adotadas.  

www.itaucultural.org.br

Assessoria de  imprensa:
Itaú Cultural - Conteúdo Comunicação 


Cristina R. Durán: (11) 98860-9188
cristina.duran@conteudonet.com

Larissa Corrêa: (11) 98139-9786 / 99722-1137
larissa.correa@terceiros.itaucultural.org.br

Mariana Zoboli: (11) 98971-0773
mariana.zoboli@conteudonet.com  

Roberta Montanari: (11) 99967-3292
roberta.montanari@conteudonet.com       

Vinicius Magalhães: (11) 99295-7997
vinicius.magalhaes@conteudonet.com

Programa Rumos Itaú Cultural:
Carina Bordalo: (11) 98211 6595 carina.bordalo@terceiros.itaucultural.com.br  

www.conteudocomunicacao.com.br  


2021 - DESENVOLVIDO PELA CONTEÚDO COMUNICAÇÃO