Foto: Marcus Steinmeyer

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A construção da obra de Sueli Carneiro, de sua ancestralidade até os dias atuais, é o tema da nova Ocupação no Itaú Cultural

Como filha de Ogum, Sueli empunha a sua espada com lâmina de palavras afiadas. Elas traduzem os seus pensamentos e atos, desbravando caminhos para o debate do feminismo negro brasileiro e para a construção de um país antirracista. A mostra revela a sua trajetória pessoal e como se tornou ativista e uma das intelectuais mais atuantes e referenciais em atividade no Brasil, além de ser uma das fundadoras do Geledés - Instituto da Mulher Negra, sempre pautada por quem a antecedeu e pautando gerações depois dela.

Mais de 700 unidades de plantas e ervas, como as Dracenas Pau D’Água e Vermelha, a Aroeira mansa, Pitangueira, Espada de São Jorge, Alumã – um boldo indígena –, Boldo miúdo, Quebra demanda, Louro, Jiboia, Hera, Ora pro Nobis e folhagens, abrem o caminho do visitante para a Ocupação Sueli Carneiro. A mostra apresenta a homenageada em seus 71 anos completados em junho passado: suas origens, o encontro com o Candomblé e sua simbologia, o desenvolvimento de seu pensamento intelectual, suas influências e pessoas influenciadas, além de suas memórias e afetos da infância, juventude e vida adulta, como a paixão pelo futebol.  

Esta que é a 52ª mostra da série Ocupação realizada no Itaú Cultural – desde 2009 com o objetivo de fomentar o diálogo da nova geração de artistas e intelectuais com os criadores que a influenciaram –, abre em 28 de agosto e segue até 31 de outubro no Piso Paulista de seu prédio. Ela conta, também, com mecanismos de acessibilidade, programação paralela organizada pelo Núcleo Educativo da instituição e o site www.itaucultural.org.br/ocupacao, no qual se encontram conteúdos exclusivos.  

A curadoria da mostra é do Núcleo de Comunicação e Relacionamento e da Enciclopédia Itaú Cultural, tendo como cocuradora Bianca Santana, autora da biografia Continuo preta, a vida de Sueli Carneiro. Baba Diba de Iyemonja, assina a consultoria religiosa e Isabel Xavier, com assistência de Danilo Arantes, criou o projeto expográfico. Todo o processo de pesquisa, seleção das obras e montagem desta mostra foi feito integralmente on-line, em função dos cuidados no combate à pandemia de Covid-19 e seus derivados.


A MOSTRA
Há uma árvore no centro da exposição. O seu tronco é feito de madeira folheada em freijó. As folhas da copa, formadas por cerca de 6 mil escamas de peixe Camarupim, recebem a projeção de luzes que formam um arco-íris, em alusão a Oxumaré, e um vídeo em que a própria Sueli Carneiro verbaliza os seus pensamentos.  

A construção de sua vida e de seu trabalho se desenrola ao redor desta árvore, cingida por uma linha imaginária que representa a Kalunga – o horizonte do oceano e portal entre os mundos espiritual e material, dividindo o que é ancestral e o que se vive agora. Assim, na parte de cima transcorre toda a informação sobre a vida e a intelectualidade de Sueli. Abaixo, as suas origens e espiritualidade.  

No total, a mostra exibe mais de 140 peças, entre fotografias, vídeos, artigos, livros, matérias, objetos pessoais e religiosos. Some-se mais quatro audiovisuais produzidos pelo Itaú Cultural com depoimento de intelectuais e membros do movimento negro, como Rafael Pinto, um dos fundadores do Movimento Negro Unificado (MNU), Edson Cardoso, doutor em educação e diretor do portal Ìhorìn – Comunicação e Memória Afro-brasileira; o professor, geógrafo e antropólogo Alex Ratts, a arquiteta Gabriela Gaia, autora de Corpo, discurso e território: a cidade em disputa da narrativa de Carolina Maria de Jesus; a professora e escritora Cidinha da Silva, que foi uma das presidentes do Instituto Geledés; o professor de história Douglas Belchior e Bianca Santana.  

Ainda, cinco telas de TV espalhadas no espaço expositivo exibem vídeos de arquivo. Cinco videoguias e quatro faixas de audioguia acompanham o visitante que tiver interesse de aprofundar ainda mais o conhecimento sobre a vida da homenageada.  

Assim como as plantas, outros símbolos – como a ferramenta de Ogum, duas máscaras Gèlèdè, ou um quadro que pertence a Sueli, representando orixás femininas Iabás, assinado por Antonio Pompeu – revelam a sua religiosidade. Fotos de seus álbuns pessoais mostram momentos cotidianos de sua vida. Entre elas, imagens que passeiam pela sua infância na escola, a juventude e vida adulta, ou ao lado da filha, em viagens com amigas, sempre companheiras de luta, abraçada à escritora Conceição Evaristo ou com Douglas Belchior, no Maracanã.  

Emblemáticas, outras imagens a mostram ao lado de Nelson Mandela, quando esteve em São Paulo, em 1991, em que ela leu um texto de sua autoria em homenagem a Winnie Mandela, pela resistência e sua atuação enquanto ele esteve encarcerado. É entre dezenas de documentos históricos, páginas de jornais e seus escritos, entretanto, que se reconhece e aprofunda a construção da ativista, autora de vasta produção que a coloca entre as principais intelectuais atuantes brasileiras.

Por sua atuação, já recebeu diversas premiações, como os prêmios de Direitos Humanos da República Francesa, Itaú Cultural 30 anos – realizado em 2017, durante as comemorações das três décadas do instituto, premiando 10 pessoas ou coletivos que atuaram de forma relevante e sinérgica, intervindo significativamente na vida artística e cultural do país nesse período –, Especial Vladimir Herzog, no ano passado, e o Kalman Silvert, em 2021.

Veja mais sobre sua história em Passo a Passo.


Acessibilidade
O Itaú Cultural segue em seu percurso, iniciado há quase uma década, de desenvolver e aperfeiçoar processos e ações no campo da acessibilidade a fim de agregar diversos públicos, externa e internamente.  Na Ocupação Sueli Carneiro são oferecidos mapa tátil, acompanhado de audiodescrição, na entrada do espaço expositivo, e piso podo tátil. Outras três audiodescrições pontuam diversos momentos da mostra, assim como descrevem mais dois objetos táteis – uma ferramenta de Ogum e o selo da Casa Sueli Carneiro. Todos os audiovisuais expostos têm tradução em Libras. Há, também, cinco videoguias destinados ao público surdo.   

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De 28 de agosto a 31 de outubro de 2021
Avenida Paulista, 149 – próximo à estação de metrô Brigadeiro Piso Paulista

Ingressos: gratuitos

Funcionamento: terças-feiras a domingo, das 11h às 19h.

Informações:
pelo telefone (11) 2168.1777. Atualmente, esse número funciona de segunda-feira a domingo, das 10h às 18h.
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br

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