Aqui estão relacionados dez realizadores brasileiros de cinema de bordas. Um ou dois de seus filmes mais singulares também são ressaltados. Os diretores, e respectivas obras, foram selecionados por um grupo de pesquisadores independentes que se dedica ao estudo desse tipo de produção. Em comum, os cineastas escolhidos para compor esta lista participaram das três edições de Cinema de Bordas feitas no Itaú Cultural nos anos de 2009, 2010 e 2011. O diretor Pedro Daldegan foi escolhido para receber uma homenagem especial, por seu pioneirismo e sua influência sobre o cinema periférico em todo país.
     A partir das três edições da Mostra Itaú Cultural de Cinema de Bordas, alguns atores, atrizes e realizadores se juntaram para participar, colaborar e atuar uns nos filmes dos outros. Um movimento subterrâneo começou, assim, a percorrer o rico e quase desconhecido universo periférico que se situa às bordas da historiografia do cinema no Brasil.
     Foi dessa forma que o Itaú Cultural continuou a somar diversidade e extensão ao espaço do cinema e do audiovisual brasileiros. O instituto fez isso não apenas cedendo seu espaço físico a filmes que permaneceriam invisíveis, mas também incentivando a pesquisa de um grupo de estudo que se preocupa com modelos alternativos de cinema e tenta configurar coordenadas mais equilibradas na história das formas cinematográficas do nosso país.

Bernadette Lyra, Gelson Santana e Laura Cánepa


O Suicídio (2007)
[realizador homenageado]

O Suicídio (2007) é um melodrama. As personagens são estereotipadas: o fracassado, a esposa, a amante, o criminoso. Boa parte da trama tem origem numa questão social: o desemprego do protagonista, Francisco, um jornalista. A narrativa se complica quando surge a dimensão sexual como corruptora dos valores familiares. O mal, na forma dos bandidos, luta contra o bem, que no caso são os valores burgueses da classe média.


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Pedro Onofre

por Luiz Vadico

É advogado, diretor teatral, jornalista, escritor e cineasta. Nascido em Maceió, em 1935, foi criado em Arapiraca, interior de Alagoas. Em 1952, mudou-se para o Recife, onde realizou suas primeiras experiências teatrais, em grupos de teatro amador. Em 1955, fixou residência em Maceió e fundou o Centro de Estudos Cinematográficos e o Teatro Cultura do Nordeste. Escritor de romances e peças de teatro, também assina os roteiros de diversos filmes: A Epopeia do Cariri, Sal da Terra, A Morte em 80 Dias, O Açude. É autor de quatro longas-metragens. No início de 2010, lançou seu último filme, Terra Maldita.