Aqui estão relacionados dez realizadores brasileiros de cinema de bordas. Um ou dois de seus filmes mais singulares também são ressaltados. Os diretores, e respectivas obras, foram selecionados por um grupo de pesquisadores independentes que se dedica ao estudo desse tipo de produção. Em comum, os cineastas escolhidos para compor esta lista participaram das três edições de Cinema de Bordas feitas no Itaú Cultural nos anos de 2009, 2010 e 2011. O diretor Pedro Daldegan foi escolhido para receber uma homenagem especial, por seu pioneirismo e sua influência sobre o cinema periférico em todo país.
     A partir das três edições da Mostra Itaú Cultural de Cinema de Bordas, alguns atores, atrizes e realizadores se juntaram para participar, colaborar e atuar uns nos filmes dos outros. Um movimento subterrâneo começou, assim, a percorrer o rico e quase desconhecido universo periférico que se situa às bordas da historiografia do cinema no Brasil.
     Foi dessa forma que o Itaú Cultural continuou a somar diversidade e extensão ao espaço do cinema e do audiovisual brasileiros. O instituto fez isso não apenas cedendo seu espaço físico a filmes que permaneceriam invisíveis, mas também incentivando a pesquisa de um grupo de estudo que se preocupa com modelos alternativos de cinema e tenta configurar coordenadas mais equilibradas na história das formas cinematográficas do nosso país.

Bernadette Lyra, Gelson Santana e Laura Cánepa


Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-Feira 13 do Verão Passado (2011)
[realizador homenageado]

Faz uma inusitada apropriação de filmes de horror adolescentes lançados ao longo das décadas de 1980 e 1990. Estrelado por um elenco formado por parentes e amigos de Felipe Guerra, o filme brinca com os clichês do gênero. Além disso, trata-se deum retrato divertido do universo dos adolescentes da cidade de Carlos Barbosa (RS).



assistir: vídeo 1
Felipe Guerra

por Laura Cánepa

Gaúcho nascido em 1979 na cidade serrana de Carlos Barbosa, Felipe Guerra realiza seus filmes tendo como cenário a típica colônia italiana em que viveu a maior parte de sua vida. Jornalista e pesquisador de cinema começou suas atividades como cineasta em 1996, quando montou a Necrófilos Produções Artísticas, dedicada a filmes amadores feitos em vídeo, geralmente sobre temas ligados ao horror e estrelados por adolescentes, interpretados por seus irmãos e amigos, além do próprio Felipe e de seus familiares mais velhos, principalmente sua avó, Oldina do Monte. Seu trabalho ficou conhecido nacionalmente em 2001, quando lançou o cultuado longa-metragem Entrei em Pânico ao Saber o que Vocês Fizeram na Sexta-feira 13 do Verão Passado, uma comédia de horror de baixíssimo orçamento, realizada em VHS e distribuída em esquema independente. Fã de Ivan Cardoso e José Mojica Marins, Felipe Guerra já dirigiu três longas e quatro curtas-metragens e promete para breve a esperada continuação de seu sucesso de 2001.