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A potência do cinema de autoria negra realizado no Brasil está representada no catálogo da Itaú Cultural Play

O cinema protagonizado e dirigido por artistas negros e negras se firmou no país, com premiações em festivais e aquisições por plataformas de streaming, e conquistou reconhecimento no exterior. Na plataforma da Itaú Cultural Play ganha destaque.

Produções com protagonismo de personagens negros, pautadas em seu cotidiano e realidade, estão representadas no catálogo inicial da Itaú Cultural Play por filmes de André Novais Oliveira, Viviane Ferreira, Joel Zito Araújo, Juliana Vicente e Zózimo Bulbul.

Ela volta na quinta, de Novais, apresenta o drama familiar dos pais do diretor, residente em Contagem, periferia de Belo Horizonte (MG). Eles lidam com uma crise conjugal. Um de seus filhos quer ser pai, mas as exigências materiais para isso são muitas, e o outro tem ocupação incerta. Os parentes do diretor formam o elenco: Maria José Novaes, Norberto Oliveira, Renato Novaes, o próprio André Novais Oliveira e Elida Silpe. Este filme foi selecionado pelo programa Rumos Itaú Cultural.

O resultado é uma produção que escapa do estereótipo a partir do qual a periferia é tantas vezes mostrada no cinema. Levou o Prêmio Melhor Filme Nacional pelo Júri Oficial no 10º Panorama Internacional Coisa de Cinema, em 2014, e os prêmios de Melhor Ator e Atriz Coadjuvante no 46º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2014.
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O dia de Jerusa, de Viviane Ferreira, é um curta-metragem que se desdobrou no longa Um dia com Jerusa. Com Léa Garcia e Débora Marçal no elenco, a diretora parte da realidade da mulher que dá nome ao filme, inundada de lembranças que perturbam o cotidiano, e eleva um debate que envolve temas como escravidão, memória e representatividade negra. O que seria uma conversa trivial entre Jerusa e uma jovem pesquisadora, que aplica questionários para uma marca de sabão, vai se transformando em uma troca de afetos.  

De Joel Zito Araújo, tem, entre outros, A negação do Brasil. O filme realizado em 2000 já é considerado um clássico sobre a questão da representatividade negra no cinema e na televisão. Neste documentário pioneiro e extremamente atual, o diretor reúne depoimentos de importantes atores negros como Milton Gonçalves, Léa Garcia, Zezé Motta e Ruth de Souza (1921-2019). Ganhou o prêmio de Melhor Filme da Competição Brasileira no 6º Festival É Tudo Verdade, em 2001, e o prêmio de Melhor Roteiro de Documentário no 5o Festival de Cinema de Recife, em 2001.

Alma no olho é um curta raríssimo, de caráter experimental, produzido pelo ator e diretor Zózimo Bulbul, em 1974. Pioneiro no debate sobre representatividade negra nas telas, ele cria gestualidade própria e inventiva, captada por uma câmera fixa que lembra as experiências da vanguarda. Com música de John Coltrane e imagens fragmentadas, o diretor descreve a trajetória do negro desde o corpo livre mítico-escultural ao escravo acorrentado e torturado pelo colonizador branco. Recebeu menção Honrosa no 10º Festival Internacional de Cinema de Brasília e o Prêmio de Melhor filme e Direção no 9ª Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe, em 2009.

A plataforma oferece, ainda, Escola das águas: o desafio pantaneiro, produção mato-grossense, dirigida pela paulistana de Campinas Juliana Vicente, em 2014. A narrativa fílmica transcorre no coração do Pantanal, em uma região praticamente isolada, onde uma escola pública é a única opção de ensino para muitas crianças. Filhos e filhas de agricultores, pescadores, peões, entre outros trabalhadores rurais, passam meses distantes dos pais para estudar e buscar novos caminhos.


Acesse aqui as informações e frames para download de todos os filmes de cinema de autoria negra em exibição na Itaú Cultural Play.