/ Festivais

Exibição de documentários de curtas e longas-metragens premiados em festivais brasileiros com temáticas diversas

O Itaú Cultural convidou curadores dos festivais de documentários É Tudo Verdade, o In-Edit Brasil, de temática musical, e forumdoc.bh, de cinema etnográfico,  para selecionar produções vencedoras em suas edições.

A diversidade de linguagens e conteúdos presentes nos principais festivais brasileiros de cinema amplia o leque de escolhas temáticas na Itaú Cultural Play. Elas vão dos documentários sobre homens e mulheres musicistas, aos que relatam lutas de terra e moradia, passando por reflexões urbanas. A seleção destes filmes foi feita por curadores do É Tudo Verdade, In-Edit e forumdoc.bh, entre as programações de seus festivais, para inaugurar este catálogo.

Do É Tudo Verdade (ETV), tem filmes que receberam o prêmio de Melhor Documentário Curta-metragem em várias edições do evento.  Por exemplo, Remo Usai - um músico para o cinema, de Bernardo Uzeda, premiado em 2018. Ele apresenta o enorme legado do compositor carioca para o cinema brasileiro. Autor de mais de 100 trilhas, o músico foi aluno do húngaro Miklós Rósza, que trabalhou com Alfred Hitchcock. No Brasil, Usai promoveu pequenas revoluções, mudou conceitos de composição e valorizou as raízes da composição local. Ele foi responsável, entre outras, pela trilha de clássicos atemporais como Assalto ao trem pagador, Tocaia no asfalto e Boca de Ouro.

Premiado no ETV em 2002, Casa de cachorro, de Thiago Villas Boas, tem como foco um viaduto da Marginal Tietê, em São Paulo, onde vivem famílias de imigrantes nordestinos, em sua maioria, e moram em barracos de madeira. Barulho, poluição e falta de saneamento fazem parte do seu cotidiano. No meio disso tudo, um homem constrói casas de cachorro. Na melhor tradição do documentário de denúncia social, o filme se envolve intimamente com a realidade que quer captar, dá voz a suas personagens e se vale da surpresa e do acaso.

Dormentes, de Inês Cardoso ganhou a sua premiação na oitava edição do ETV, em 2003. O curta reúne depoimentos de antigos trabalhadores de uma ferrovia desativada do sertão de Pernambuco, que ligava pelos trilhos as cidades de Salgueiro e Recife, e de habitantes das cidades afetadas. A sua privatização nos anos 1990 atirou municípios inteiros ao vazio, criou vias fantasmas e lugares inabitados.

Só para citar mais um filme presente no catálogo Capistrano no quilo, de Firmino Holanda, um dos realizadores mais criativos do audiovisual cearense, premiado no ETV em 2007. Ele trata do roubo da estátua do historiador Capistrano de Abreu de uma praça pública, na capital do Ceará, Fortaleza, em 2003. Crivada de balas, foi resgatada em uma favela da cidade. Este é o ponto de partida para uma bem-humorada reflexão sobre liberdade, irreverência e o interesse por temas da história brasileira, características dos filmes de Holanda – em especial deste curta-metragem que carrega o espírito do Cinema Marginal brasileiro dos anos de 1960 e 1970.

In-Edit
A curadoria da equipe deste festival selecionou documentários sobre mulheres artistas, entre compositoras, cantoras, musicistas. Fevereiros, de Márcio Debellian, recebeu o prêmio de Melhor Filme, na 10ª edição do evento, em 2018.  O filme capta os bastidores da festa da Mangueira, campeã do carnaval com uma homenagem a Maria Bethânia. Acompanha a cantora por uma viagem até sua cidade natal na Bahia. Trata-se de uma experiência musical colorida, com depoimentos de Caetano Veloso e Chico Buarque.

Clementina, documentário de Ana Rieper dedicado a Clementina de Jesus, recupera o legado artístico da carnavalesca, cantora e dona de uma voz excepcional forjada na experiência do samba do morro. Apresenta, também, a sua trajetória biográfica como neta de escravos de uma fazenda de café até se tornar um elo entre a música brasileira e suas raízes africanas. Por meio de entrevistas com seus parceiros e muitas imagens de arquivo, que captam a artista na intimidade e em momentos de muito canto e batuque, o filme desvenda o seu universo próprio de representação da cultura negra.

Com direção de Rafael Saar, Yorimatã apresenta as cantoras e compositoras, libertárias Luhli e Lucina. Elas atravessaram a década de 1970 quebrando tabus e abrindo caminhos para a música brasileira. Na ditadura militar, desafiaram padrões sexuais e de comportamento, fazendo da palavra liberdade premissa para a vida. Cenas de arquivo, performances e conversas reconstituem a sua trajetória, que ainda conta com uma apresentação de Ney Matogrosso, feita especialmente para o filme, interpretando a canção Pedra de rio ao lado das duas. Além de premiado no In-Edit de 2015, no mesmo ano este filme ganhou menção honrosa de Melhor Direção no 23º Festival Mix Brasil.

forumdoc.bh
Três raros documentários, desconhecidos do público, integram a seleção realizada pela curadoria deste festival para o catálogo inicial da Itaú Cultural Play. Fim de semana, realizado por Renato Tapajós em 1976, se destaca pela franqueza com que retrata a formação de bairros populares nas periferias de São Paulo. Rodado em plena ditadura, celebra o trabalho coletivo como forma de superação. Famílias operárias de diferentes regiões do Brasil se juntam para construir suas casas. Frente às dificuldades, da carestia do material de construção às cobranças do poder público, a mobilização coletiva é a única forma de realizar o sonho da casa própria.

A classe roceira, de Berenice Mendes, de 1985, traz um registro histórico sobre a eclosão do movimento de agricultores sem-terra no Paraná. Em 1985, um grupo de camponeses protesta contra a desapropriação de suas terras para a construção da Usina de Itaipu. O documentário retrata sua mobilização contra o governo e o grande capital. Também vai além da política, captando os hábitos culturais dessas comunidades. Recebeu o Prêmio de Melhor Filme no 2º Festival de Cinema do Ceará, em 1986.

Realizado por Tetê Moraes, em 1981, Quando a rua vira casa mostra as transformações do bairro do Catumbi, no Rio de Janeiro, analisadas por um grupo de urbanistas. Antigo terreno agrícola, o lugar foi desfigurado nos anos 1950 pela especulação imobiliária. Seu casario histórico foi demolido e substituído por um projeto inspirado na construção de Brasília. Imagens do presente e do passado do lugar traduzem o abismo existente entre uma cidade que celebrava a vida em comunidade para uma cidade preocupada com segurança.

O tema de Eles sempre falam por nós é a luta de uma comunidade quilombola. Dirigido pela mineira Carina Aparecida em 2017, o filme dá voz a quatro mulheres negras nascidas nas terras do Quilombo dos Luízes, herdeiras de mais de um século de história e de resistência cultural frente à especulação imobiliária. Depoimentos, memórias e sonhos compõem o desenho de uma jornada de luta e de reconhecimento de identidade. Este quilombo foi formado no século XIX, antes da fundação da cidade de Belo Horizonte, e carrega a tradição de lideranças femininas. Hoje, está cercado de edifícios de classe média e tem de lutar por seu patrimônio cultural.


Acesse aqui as informações e frames para download de todos os filmes selecionados por curadores dos principais festivais em exibição na Itaú Cultural Play.

home

Plataforma de streaming gratuita de cinema brasileiro
A partir de 19 de junho de 2021
No celular, tablet, computador e TV
Endereço para cadastramento e acesso à plataforma: itauculturalplay.com.br


Avenida Paulista, 149,
Estação Brigadeiro do Metrô 
Fones: (11) 2168-1777 
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br

www.itaucultural.org.br

Assessoria de  imprensa:
Itaú Cultural - Conteúdo Comunicação 


Carina Bordalo: (11) 9 8211 6595 carina.bordalo@terceiros.itaucultural.org.br
Cristina R. Durán: (11) 98860-9188
cristina.duran@conteudonet.com
Larissa Corrêa: (11) 98139-9786 / 99722-1137
larissa.correa@terceiros.itaucultural.org.br
Mariana Zoboli: (11) 98971-0773
mariana.zoboli@conteudonet.com  
Roberta Montanari: (11) 99967-3292
roberta.montanari@conteudonet.com       
Vinicius Magalhães: (11) 99295-7997
vinicius.magalhaes@conteudonet.com

www.conteudocomunicacao.com.br  


2021 - DESENVOLVIDO PELA CONTEÚDO COMUNICAÇÃO